quinta-feira, 22 de março de 2012

Espirometria

A espirometria avalia alguns dos volumes pulmonares.
Curva volume-tempo - auxilia na interpretação de que o tempo de expiração foi adequado.
Curva fluxo-volume - além de também auxiliar na verificação da boa técnica do exame, é útil na sua interpretação: tipo de distúrbio – obstrutivo, restritivo, ou misto, e presença ou não de obstrução
fixa ou variável das vias aéreas.


Capacidade Residual Funcional (CRF) - volume de ar nos pulmões após uma expiração normal: CRF = VR
+ VRE.
Volume Residual (VR) - Volume de ar mantido nos pulmões após uma expiração máxima, portanto não pode ser medido pela espirometria.
Volume de Reserva Expiratória (VRE) - Volume máximo que pode ser expirado após uma expiração normal.
Volume Corrente (VC) - Volume expirado ou inspirado durante cada movimento respiratório, em repouso.
Seu valor é muito variável, uma vez que depende de total repouso do paciente.

Volume de Reserva Inspiratória (VRI) – volume máximo que pode ser inspirado a partir do final de uma
inspiração em repouso.
– Capacidade Inspiratória (CI) – volume máximo que pode ser inspirado a partir do final de uma expiração
normal: CI = VRI + VC.
– Capacidade Vital (CV) – volume máximo que pode ser expirado após a inspiração máxima: CV = VRE + VC + VRI.
–  Capacidade Pulmonar Total (CPT) – volume de ar nos pulmões após uma inspiração máxima: CPT =
CV + VR.

O VR e a CPT não podem ser medidos pela espirometria.

Técnica: inspira até a CPT e, após, expira de maneira forçada e rápida até o VR; após, inspira rapidamente do VR até a CPT. Logo após o início do movimento expiratório, o fluxo chega rapidamente ao máximo possível – este é o pico do fluxo expiratório – e, a seguir, ocorre redução progressiva, à medida que se aproxima do VR. O primeiro 1/3 da curva expiratória depende, primordialmente, do esforço expiratório e, por conseguinte, da colaboração do paciente. Os últimos 2/3, principalmente da retração elástica

pulmonar.

Medidas espirométricas


– Capacidade Vital Forçada (CVF) – volume expirado com esforço máximo e o mais rapidamente possível, a partir de uma inspiração máxima. Durante sua realização, são medidos os fluxos instantâneos (FEF25, FEF50 e FEF75) e o FEF25-75.
.
Capacidade Vital Lenta (CVL)  –  volume máximo que pode ser eliminado após inspiração máxima, no entanto, sem exigência de esforço rápido e intenso. A CVL costuma ser igual à CVF, salvo nos pacientes que apresentem obstrução severa, quando a CVF pode tornar-se inferior à CVL, devido ao alçaponamento de ar que pode ocorrer na expiração forçada.

Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1) – volume expirado no primeiro segundo da CVF. É a variável funcional mais usada na prática, particularmente nas doenças obstrutivas.
–  Pico do Fluxo Expiratório (PFE) – fluxo máximo obtido logo após o início da CVF (geralmente ao
final de 0,2 segundo). Como é estritamente dependente da vontade, é um indicador do grau de colaboração do paciente.

Fluxo Médio-Expiratório Forçado (FEF25-75%) – fluxo entre 25% e 75 % d a C V F.  Os f l u x o s FEF 2 5 % , FEF 50% e FEF 75%  medem o fluxo expiratório instantâneo nas marcas dos 25%, 50% e 75% da curva fluxo-volume da CVF. Esses fluxos não são essenciais na interpretação da espirometria, em virtude de sua variabilidade em diferentes medidas. A relação FEF 25-75% / CVF diminui essa variabilidade e pode auxiliar na detecção de distúrbio ventilatório obstrutivo quando os outros parâmetros forem normais (VEF1, CVF, VEF1 / CVF) e houver quadro clínico sugestivo.

Interpretação


Capacidade Vital Forçada (CVF) – Está reduzida caracteristicamente nos distúrbios restritivos, mas
também pode estar reduzida nos distúrbios obstrutivos, como no enfisema, por redução da retração elástica pulmonar. Quando ocorre sua redução e os fluxos são normais ou até supranormais, trata-se de doença restritiva. Nessa situação, as informações clínicas e radiológicas demonstrarão tratar-se de comprometimento pulmonar (por exemplo, fibrose pulmonar, congestão circulatória, atelectasia e pós-operatório de cirurgia de ressecção) ou extrapulmonar (por exemplo, doenças neuromusculares, cifoescoliose, limitação da mobilidade diafragmática, derrames pleurais e pneumotórax).


Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1) – Reduzido em doenças obstrutivas de vias aéreas. Também está diminuído nas doenças restritivas, mas, nesta situação, nunca a valor percentual com diferença superior a 5% em relação à CVF.



Fluxo Expiratório Forçado entre 25% e 75% (FEF25-75%) – Está relacionado às vias aéreas de médio e pequeno calibre, podendo constituir-se na variável mais precoce para detecção do seu comprometimento, principalmente em fumantes assintomáticos. A relação FEF 25-75%/CVF% pode ser um bom preditor de declínio funcional nesses indivíduos.


Pico do Fluxo Expiratório (PFE) – Está relacionado com o esforço e colaboração do paciente na realização do teste. Pode estar diminuído em obstruções severas, porém sua correlação com o VEF1 não é necessariamente observada. Está bastante reduzido em obstruções altas das vias aéreas.


Curva Fluxo-Volume – O formato desta curva pode indicar a presença de obstrução, caso exista uma concavidade para o eixo do volume, ou restrição, que demonstra uma curva normal porém em miniatura.
Nas obstruções das vias aéreas de grosso calibre, pode-se observar achatamento das alças inspiratória e/ou expiratória, conforme a obstrução seja intra ou extratorácica, e seja variável ou fixa.

Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF%) – Está diminuído em relação ao previsto nas doenças obstrutivas e
próximo ao normal ou aumentado nas doenças restritivas. Essa relação diminui, também, com a idade.

Distúrbios Obstrutivos: Diminuição de VEF1.
Distúrbios Restritivos: Diminuição de CVF.

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